Quer produzir sua energia elétrica? Veja por que este é um ótimo momento



Mais de 40 mil imóveis se beneficiam da energia solar para economizar com eletricidade. Custo hoje é de 17% do que era no início da década
A energia solar é a fonte de eletricidade cujo uso mais cresce no Brasil. Não só por ser limpa e atrativa para investimentos, mas também por permitir que cada consumidor produza sua própria energia e chegue a reduzir seus custos em até 90%. Regulamentada em 2012 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a possibilidade de geração distribuída, em que a energia gerada e não consumida nas pontas do sistema vai para a rede elétrica, gerando créditos para quem produziu, vem trazendo mais e mais famílias e empresas para um modelo mais sustentável de consumo energético.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil conta com 1,7 mil megawatts de capacidade instalada para produção de energia com sistema solar fotovoltaico. Isso representa apenas cerca de 1% da matriz energética nacional, mas o crescimento é rápido: só no ano passado, foram cerca de 900 megawatts adicionados, o que coloca o país como o décimo que mais adicionou capacidade produtiva em todo o mundo no período, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA).
E a expansão seguirá acelerada: com investimentos que ultrapassam R$ 5 bilhões, mais 1,1 mil megawatts terão entrado em operação ao final de 2018, praticamente dobrando, em apenas um ano, a produção de eletricidade desse modo.
Embora a maior parte da geração de energia em sistemas fotovoltaicos – aqueles em que os painéis como os vistos na foto acima captam a energia solar e a levam em forma de eletricidade para dentro das casas – seja “centralizada”, a partir de grandes usinas, a que é feita pelos próprios consumidores também já conquistou seu espaço: responde hoje por 350 megawatts do total (praticamente o dobro do ano passado), segundo a Absolar. São 37,1 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, beneficiando 44,7 mil unidades consumidoras (há meios de geração compartilhada em que um mesmo sistema beneficia mais de uma casa).
Ou seja: energia limpa, gerada na própria casa ou negócio, barateando a conta de luz e cada vez mais disseminada. Conversamos com Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, a entidade que reúne as empresas especializadas na instalação dos sistemas de geração de energia solar, para tirar as principais dúvidas sobre como entrar nesse mercado. Veja as respostas para as principais dúvidas abaixo.
Do que estamos falando, afinal?
Você já deve ter visto o sistema de aquecimento de água utilizando placas que captam a energia solar, e um pequeno reservatório. Conhecidos como boilers, esses equipamentos normalmente usados em áreas rurais mantêm a água aquecida para ser usada nas residências sem o gasto de energia elétrica. Não é, no entanto, deste tipo de energia solar que estamos falando quando o assunto é geração de energia elétrica com base em sistemas fotovoltaicos. “Muitas pessoas ainda relacionam a energia solar com o aquecimento de água, e não é isso. Quando falamos em energia solar fotovoltaica, é a conversão direta da irradiação solar em energia elétrica, por meio de equipamentos específicos que são instalados”, explica Sauaia.
Quais equipamentos são necessários?
Há quatro componentes principais nos sistemas fotovoltaicos, além dos cabos e conectores necessários para que todos funcionem no mesmo sistema:
Módulo fotovoltaico: são as placas coletoras (às vezes também chamados de painéis solares), que recebem a irradiação solar;
Rastreador solar: também chamado de “estrutura de suporte”, ele orienta as células do módulo fotovoltaico conforme a movimentação do sol durante o dia, seguindo o astro durante o dia, mais ou menos como fazem os girassóis;
Inversor: responsável por transformar a energia solar em corrente elétrica, é um quadro normalmente localizado numa das paredes externas do imóvel e fica ligado, por um lado, aos módulos solares, e, por outro, ao quadro de energia, para distribuir a eletricidade.
Medidor bidirecional: o famoso “relógio de luz”, que mede o consumo. Mas, nesse caso, não apenas da energia enviada para dentro do imóvel. Também é medido o que não foi utilizado e acabou sendo levado à rede elétrica.
Segundo Rodrigo Sauaia, não é preciso se preocupar muito com as tecnicalidades. Há, afirma, milhares de empresas especializadas na instalação e gestão de sistemas fotovoltaicos espalhadas pelo Brasil que cuidam de todo o processo. “Basta pegar a conta de energia elétrica e leva-la a uma empresa especializadas em energia solar fotovoltaica. Ela vai então analisar e fazer uma cotação para que o consumidor avalie quanto ele precisaria investir no sistema”, diz o presidente da Absolar.
A empresa cuida de todos os equipamentos, com exceção do medidor bidirecional, que é de responsabilidade da distribuidora de energia. Mas, segundo o executivo, boa parte das companhias especializadas fazem também a intermediação desse processo, assim como o contato com a distribuidora para ligar a rede elétrica à instalação fotovoltaica. 
Quanto custa? E quanto se pode economizar?
Todo esse processo, afirma o presidente da Absolar, costuma sair em torno de R$ 15 mil, gerando uma economia de 80% a 90% na conta de luz. “Isso pensando em uma residência da média brasileira, para uma família de quatro pessoas”, esclarece. Dependendo do tamanho do imóvel, do consumo de energia e dos equipamentos usados, é necessária uma quantidade maior de módulos fotovoltaicos, o que encarece o processo.
Mas, uma vez feito, o investimento tende a “se pagar”, na forma de redução da conta de energia elétrica, em “mais ou menos quatro a sete anos”, de acordo com o especialista.
Há, entretanto, outras formas de se contratar o serviço, sem necessariamente fazer o investimento todo. Foi regulamentado recentemente o processo de geração compartilhada de energia, em que consumidores se unem em uma cooperativa para construir uma pequena central de geração. Nesse caso, a própria empresa fornecedora banca a compra dos equipamentos, e um contrato a longo prazo garante que os consumidores a paguem num prazo maior. É bom ressaltar, entretanto, que nesse caso a economia mensal é menor, já que essa espécie de financiamento será paga juntamente com a energia gasta.
É possível zerar a conta de luz? Ou ter créditos de energia?
Sim e não. Os consumidores terão seu sistema fotovoltaico projetado para gerar a maior economia possível na conta de luz tendo por base a energia consumida anualmente e a demanda média do imóvel. Isso significa que em alguns meses o sistema pode gerar mais economia e em outros meses, menos.
Assim, se consumir menos do que é produzido pelo sistema fotovoltaico, o consumidor pode abater quase completamente a conta de luz – mas não deixará de pagar o “custo disponibilidade” da energia elétrica, uma taxa mínima cobrada pelas empresas para prestar o serviço de distribuição. Por isso se fala em uma redução de, no máximo, 90%.
Mas, ainda assim, é possível gerar créditos com excedentes de energia. A luz excedente é depositada na rede para que outros usuários a utilizem, e os créditos gerados podem ser usados por até 60 meses. Por exemplo: um pouco da energia produzida durante o dia gera crédito para consumo durante a noite, quando não há como captar a luz solar.
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Qualquer região do Brasil ou tipo de imóvel pode produzir a energia dessa forma?
De acordo com o presidente da Absolar, sim. Como a geração de energia depende da incidência de luz solar, algumas regiões do planeta, dependendo da inclinação no globo, podem ter sua produção prejudicada. Mas não é o caso do Brasil, que, apesar da sua grande extensão, não ocupa os extremos da Terra.
Quanto aos imóveis, mesmo quem mora em apartamento ou de aluguel pode se beneficiar, por meio da geração compartilhada. O mesmo vale para quem quer abastecer de energia uma empresa com várias unidades. Ele explica que a geração de energia em um local pode gerar crédito para abater o consumo em outro, como uma casa de campo gerando créditos para um apartamento na cidade.”A única exigência é que os imóveis estejam todos sob a mesma titularidade e sejam atendidos pela mesma distribuidora de energia”, explica.
E se a tendência não se confirmar e o país deixar de investir nesse tipo de energia?
É bastante difícil que isso aconteça. Não só pela necessidade ambiental ou porque no mundo inteiro a energia solar fotovoltaica vem crescendo a ritmos acelerados, mas porque investimentos a longo prazo vêm sendo feitos por aqui e barateando o custo da energia. “Hoje, essa energia custa apenas 17% do que custava em 2010”, diz Sauaia.
Em seu relatório anual sobre o setor energético, a Bloomberg prevê que as energias solar e eólica, combinadas, deverão representar 50% da produção mundial em 2050. No Brasil, o presidente da Absolar prevê que, em 2030, os sistemas fotovoltaicos pulem para 10% da matriz energética.
Como obter mais informações?
Dependendo da região, a distribuidora de energia pode ter exigências específicas para a geração distribuída de energia. E elas são obrigadas pela regulamentação do setor a ter um espaço em seu site na internet com as orientações a respeito. Por isso, é importante procura-las, assim como consultar as empresas especializadas em energia fotovoltaica da sua cidade.
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