A desimportância do elogio. O que significa “ganhar pontos” com alguém.

 


Elogios são normalmente usados para angariar a simpatias. Raramente são descomprometidos, sinceros e espontâneos.
Elogia-se o funcionário com intenção de reforçar o desempenho na empresa, clara intenção de deixar claro que a pessoa não será aceita naquela empresa caso sua produção não estiver naquele patamar.
Elogia-se o filho toda vez, e somente quando faz algo dentro ou acima do esperado. Mas você pode dizer “devem elogiar quando o filho faz algo que desagrada?”. Sim, deve-se agradecer pela informação de que ele está passando de que algo não está bem com ele.

Receber elogios te deixa orgulhoso, você fica contente, dá um quentinho no coração. Mas tem algo que pode acontecer ao mesmo tempo que quase nunca se percebe: -Faz você duvidar de si mesmo. “Está me elogiando ou dizendo o que quer que eu faça?”. -Te faz considerar que você só recebeu o elogio para ter uma força porque, na verdade você não é tão bom. -Também faz você se sentir pressionado, pensando se nas próximas vezes fará coisas que esta pessoa vai aprovar. No fim o elogio é um julgamento. Você pode lembrar da sua infância: Se sentiu mais confiante quando foi elogiado ou quando a pessoa passou tempo de qualidade com você? O elogio some, a lembrança das situações vividas fica para sempre. Elogios podem deslocar o principal, que não seria a relação entre você e a pessoa que te elogia, mas o quanto você consegue agradar esta pessoa. “Assim que eu gosto”, diz o quanto a pessoa só gosta de você enquanto você faz o que ela acha que você deve fazer, parece que você não teria valor de outra forma. Receber um elogio significa que a pessoa se colocou como juiz, e você foi colocado em posição de inferioridade. Um belo exemplo disso seria aquele relacionamento onde a pessoa elogia algo que você fez e diz que você “ganhou pontos” com ela. Ela está te inferiorizando usando algo muito aprovado socialmente, o elogio. Falar que uma pessoa é bonita não é elogio. É só a opinião daquela pessoa, segundo as referências e padrões pessoais dela. Não é elogio porque se for “beleza natural” não há mérito algum em nascer bonito, e de toda forma a “boniteza” é algo relativo, muda conforme a cultura, época e lugar. Se elogiar a produção está se referindo ao esforço da produção e ao gosto que bate com o gosto daquele que elogiou.
Na infância: “menina/o bonita/o não faz isso”. Associar o bom ao bonito e o mau ao feio é algo que pode confundir a pessoa para o resto da vida, ela pode desprezar pessoas que não estão no padrão de beleza, e supervalorizar, sem merecimento a outra pessoa simplesmente por lhe parecer bonita.













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