Entenda o que ocorre no organismo de quem fuma



Reação à temperatura da fumaça

Assim que o cigarro é levado à boca, tem início uma reação inflamatória provocada pela temperatura elevada da fumaça. Ela queima não só os pulmões, mas toda a via aérea. "Uma prova disso é o reflexo de tosse que acompanha as baforadas dos principiantes", explica o oncologista Fernando Santini, membro do comitê científico do Instituto Lado a Lado pela Vida. A combustão resultante dessa agressão térmica gera partículas reativas de oxigênio, os chamados radicais livres, que têm a capacidade de oxidar as estruturas celulares, destruindo a base arquitetônica dos pulmões.



Lesão das vias respiratórias

Ao fumar com frequência, o paciente tem suas vias respiratórias completamente lesadas. O revestimento interno do aparelho respiratório não suporta a toxicidade nem a alta temperatura da fumaça e começa a sofrer um processo de substituição de células.


Alteração da produção de muco

A produção de muco passa a aumentar significativamente porque ele funciona como capa protetora do tecido epitelial que reveste as vias aéreas e pode ajudar a expelir os elementos irritantes que foram inalados. Nos brônquios, a fumaça também provoca uma reação inflamatória que causa destruição progressiva da árvore brônquica. Por isso, já no dia em que a pessoa começa a fumar, a integridade do aparelho respiratório fica comprometida por duas razões: primeiro porque há a destruição dos alvéolos, o que caracteriza uma doença chamada enfisema pulmonar. Segundo, porque ocorre a mudança da composição do revestimento dos brônquios, o que acaba levando à doença conhecida como bronquite.




Estímulo cerebral

A nicotina estimula a produção de dopamina, um dos maiores mediadores químicos das células que atua nos grandes centros de prazer do cérebro. Desse modo, a nicotina proporciona uma falsa sensação de bem-estar que mascara os milhares de ingredientes venenosos que ingressam no organismo do fumante.


Dependência química

A nicotina pouco contribui para as doenças causadas pelo cigarro, porém ela é a responsável pela dependência química, porque estimula a produção de dopamina, aumentando a sensação de prazer. Ao tentar parar de fumar, cortando a nicotina, o cérebro do fumante recebe menos dopamina e, para compensar, produz mais noradrenalina. Por isso, quando alguém tenta largar o cigarro, sente-se nervoso e irritadiço - essa irritabilidade pode durar semanas.




Vasoconstrição

Além do estímulo à produção de dopamina, a nicotina também provoca vasoconstrição, ou seja, os vasos sanguíneos apertam-se e têm seu diâmetro reduzido. Com isso, há o aumento da pressão arterial. A substância também causa mutações no DNA das células, que passam a se reproduzir de forma deficiente, o que se traduz perfeitamente no desenvolvimento do câncer. "Pacientes com idade entre 55 e 80 anos, que fumaram pelo menos o equivalente a um maço por dia no período de 30 anos, que continuam fumando ou que pararam nos últimos 15 anos,devem fazer rastreamento anual de câncer de pulmão com tomografia computadorizada de tórax. Com esses cuidados, o risco de morte reduz em até 40%", orienta Santini. 



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