Não menosprezes quem bate à sua porta...
Contempla a segurança de teu ninho
E repara, lá fora, o torvelinho
Da miséria que punge e desconforta.
Fome...frio...viuvez...pranto escarninho...
Não respondas dizendo:”que me importa!”
Traze à dor da esperança quase morta
Um caldo...um pão...e um gesto de carinho...
Uma gota de leite...um trapo...um bolo...
Isso é muito a quem sofre sem consolo,
No vale onde a aflição ruge e domina...
E a migalha que deres a quem chora,
Um dia, ao sol do amor, na eterna aurora,
Será teu prêmio na mansão Divina.
Auta de Souza