Se você está pensando em deixar para conversar com seu filho sobre o bom uso das redes sociais somente quando ele estiver na adolescência, pense melhor nisso. Mesmo que suas crianças ainda não tenham autorização para usar o celular e o computador, muitos colegas da escola podem tê-los e seus filhos, uma hora ou outra, terão algum tipo de contato com isso.
Uma pesquisa da Ofcom (órgão regulador dos serviços de comunicações no Reino Unido) de 2017, aponta um número surpreendente de crianças que criam perfis nas redes sociais – com permissão ou não – colocando datas falsas de aniversário e endereço de e-mail de um dos pais. Das crianças pesquisadas, cerca de 28% das que têm 10 anos de idade, 46% das que têm 11 e 51% de pré-adolescentes de 12 tinham perfil em alguma rede social. Isso significa que, em vez de conversarem e brincarem com coisas próprias de suas idades, essas crianças estão discutindo sobre as publicações do dia anterior.
Não há dúvidas de que há uma idade apropriada para que essas crianças passem a se conectar com seus colegas nas redes sociais. Algumas plataformas são cheias de inspirações e proporcionam celebrar as conquistas dos outros, além de incentivar a criatividade na forma de se expressar. No entanto, os pais devem estar cientes da possível exposição ao cyberbullyng – prática de alguém que usa o espaço virtual para intimidar e hostilizar uma pessoa – e conteúdo inadequado. As crianças mais novas, em particular, podem não perceber as consequências de suas ações no mundo da internet, o que pode colocá-las em situações comprometedoras. São riscos que os aplicativos de compartilhamento de fotos, por exemplo, podem trazer.
Se você quer evitar essas possíveis situações, aqui estão algumas dicas para começar, aos poucos, a ensinar bons hábitos nas redes sociais para seus filhos:
1. Comece cedo
Mesmo que as crianças não estejam presentes nas redes sociais, muitas têm contato com a internet de alguma forma desde cedo, seja em sites ou vídeos online que os próprios pais colocam para os filhos assistir. Essas crianças acabam sendo informadas sobre as mídias e novos aplicativos através de amigos, colegas da escola, irmãos mais velhos e outros influenciadores. Por isso é importante que sejam os próprios pais a iniciarem, de forma clara e sincera, uma conversa sobre isso.
2. Faça perguntas
Faça perguntas abertas para ajudar as crianças a identificar por que querem ter um perfil nas redes sociais. Pergunte por que elas acham que isso seria uma experiência positiva. E, principalmente, para quem elas poderiam recorrer se algo parecesse desconfortável ou não funcionasse como o planejado. Essa reflexão permite que eles pensem proativamente sobre como eles podem criar uma experiência positiva de uso.
3. Priorize a privacidade
Colocar sua conta no modo privado permite que somente seguidores aprovados possam ver, comentar e curtir o seu conteúdo. Isso pode impedir que as informações pessoais de seu filho acabem nas mãos erradas. Uma boa dica é exigir que eles tenham a conta privada e mais, conheçam pessoalmente todos os seus seguidores. Desta forma, seu filho poderá interagir, sem riscos, com amigos e familiares.
4. Ensinar boa etiqueta
Receber comentários negativos nas mídias sociais pode prejudicar a autoestima de uma criança – e escrevê-los pode causar problemas. Converse com seu filho sobre a etiqueta adequada nas redes sociais e utilize as ferramentas disponíveis para isso. Por exemplo, alguns aplicativos permitem filtrar palavras ofensivas ou impróprias nos comentários.
5. Limitar o tempo de uso
Os pré-adolescentes ainda estão desenvolvendo a autodisciplina, então não é incomum que eles passem horas mexendo no celular ou no computador. Determine a quantidade adequada de tempo que eles devem gastar utilizando aplicativos todos os dias, seja 15 minutos ou uma hora. Você também pode aproveitar as ferramentas disponíveis em alguns smartphones que permitem controlar o uso e limitar as distrações, como notificações.
6. Ensine-lhes a responsabilidade
O cyberbullying é cada vez mais comum hoje em dia. De acordo com uma pesquisa de 2017 do Sistema de Vigilância do Comportamento de Risco para Jovens – dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças – quase 15% dos estudantes do ensino médio pesquisados foram eletronicamente intimidados nos últimos 12 meses. Felizmente, alguns aplicativos permitem que os usuários controlem o bullying removendo comentários de ódio, relatando comportamentos negativos e bloqueando pessoas. Ensine seu filho que as coisas que acontecem online podem afetar o modo como as pessoas se sentem offline.
7. Pratique o que você prega
Todos já sabem que as crianças estão sempre observando e aprendendo pelo exemplo. Ao praticar bons hábitos nas redes sociais, você estará ajudando seus filhos a terem também uma experiência virtual positiva, gratificante e inspiradora.
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